No passado dia 26 de Maio, a Eureka saiu deste CRASSA.
Em Abril abrimos a porta do cercado das lontras e deixamos a Eureka partir. Fomos seguindo os seus passos, através de um aparelho que ela carregava na sua mochila e que emitia sinais para satélite, que nos ia indicando a sua localização.
Verificámos que nunca se afastou muito do local onde havia sido libertada.
Decorridos alguns dias, verificamos que o sinal era emitido sempre com as mesmas coordenadas o que nos indicava duas opções, ou ela tinha conseguido libertar-se da mochila que transportava, ou então que poderia estar a necessitar de ajuda.
Fomos para o terreno e verifica-mos que realmente ela se havia libertado da mochila, o que era previsível, mas também que ela não se tinha afastado e que necessitava de ajuda.
Ao efectuarmos a recaptura verificámos que ela estava ferida.
As feridas, embora de pouca gravidade, exigiam tratamento, o que foi feito de imediato. As feridas haviam sido provocadas, supostamente, por outra lontra existente nas imediações e que defendia o seu território, ou por outro mamífero existente no local.
Era tempo de tomar decisões. Reunidas as entidades responsáveis pelo projecto, foi analisada a situação, concluindo-se que seria difícil integrar a Eureka em habitat natural. A sua vida desde muito novinha em cativeiro, o seu convívio com o ser humano, a sua falta de convívio com os progenitores, não a tinham preparado minimamente para essa libertação.
As probabilidades de que ela venha a ser agredida, por outras da mesma espécie ou por outros mamíferos, são muito grandes. A sua aproximação ao seu humano seria um risco para a sua sobrevivência. Ela não sabe defender-se, não sabe como demarcar um território e defendê-lo.
Foi decidido então, que a Eureka e a sua história de vida seria utilizada de uma forma pedagógica em educação ambiental, de forma a evitar que outras lontras, ou outros quaisquer animais sejam retirados ao convívio dos seus progenitores.
A Eureka encontra-se bem, num espaço só dela, no Aquamuseu em Vila Nova de Cerveira, onde é contada a história da sua vida.
Uma foto do espaço.
Uma foto da Eureka, explorando o novo espaço.
As crias não têm noção do perigo, os adultos sim. Acontece que ao sentir um ser humano por perto, os adultos se afastam das crias procurando esconder-se, mas não se afastando. As crias ao verem-se sozinhas, começam a chamar os pais, chamando assim a atenção dos humanos sobre si.
Se encontrar um ou vários filhotes de lontra, no seu habitat, não os retire do local onde eles se encontram. Volte algumas horas depois ou no dia seguinte, e verificará que os juvenis já não se encontram por perto, os pais já os levaram.