Sexta-feira, 30 de Janeiro de 2009
Balanço efectuado após as 72 horas das aves serem acolhidas nos Centros de Recuperação, informamos, que se encontram vivas 40% das rissa tridactyla.
Segue-se uma foto de um adulto, com plumagem de inverno.
É uma gaivota de pequenas dimensões, de voo ligeiro, bico amarelo e pontiagudo, e íris escura.
Os adultos apresentam manto cinzento liso contrastante com as partes inferiores brancas e pontas das asas pretas. As patas também são pretas
Segue-se uma foto de 2 juvenis com colorações diferentes, entre elas.
Os juvenis apresentam uma mancha auricular preta, bico escuro, marca na parte traseira do pescoço também preta.
Segundo a pesquisa efectuada, esta gaivota só muito raramente aparece junto à costa. É raramente observada no nosso território e a sua presença perto da costa, poderá estar directamente relacionada com temporais.
Quarta-feira, 28 de Janeiro de 2009
O Centro de Recuperação de Animais Selvagens de Santo André (CRASSA), recebeu ontem um pedido de SOS, para ajudar a salvar centenas de “Rissa tridactyla” que estavam a morrer num tanque com cerca de 15000 metros quadrados, pertença de uma piscicultura.
Elementos da Quercus deslocaram-se ao local e perante o triste cenário com que se depararam, deram o alerta à entidade competente (ICNB). Pela madrugada deu-se inicio à operação de resgate das aves.
Nesta operação, participaram dois elementos da Quercus, cinco vigilantes do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina (PNSACV), dois elementos do SEPNA (GNR) e dois técnicos da Câmara Municipal de Aljezur.
Foram contabilizadas duzentas e sessenta e sete aves, cento e noventa e sete das quais já mortas. Não contabilizamos aqui as aves retiradas no dia anterior, pelo pessoal da manutenção da piscicultura.
As restantes aves, doze conseguiram voar, depois de libertas das redes que tapam o tanque, vinte e sete foram encaminhadas para o Centro de Recuperação de Aves da Ria Formosa (CRARF), tendo as outras trinta e uma dado entrada neste CRASSA.
Das aves transferidas para os Centros, encontram-se neste momento vivas, vinte e duas em Santo André e dezoito na Ria Formosa.
Depois de decorrido algum tempo e muito trabalho de voluntários, existe em Portugal, um local para a readaptação de lontras (Lutra-lutra) que se encontram em cativeiro, para a vida selvagem.
O local, criado no Litoral Alentejano, está neste momento em condições para receber os primeiros animais da família dos mustelídeos.
Após a vistoria efectuada ao Parque para Lontras, no Centro de Recuperação de Animais Selvagens de Santo André, no passado dia 16-01-2009, foram recomendadas obras de melhoramento à cerca e ao habitat.
Depois de efectuadas as obras recomendadas e de acordo com o solicitado, o parque encontra-se neste momento concluído.
Ficamos a aguardar a chegada dos animais.
A Quercus agradece a cooperação prestada por todos os intervenientes neste processo, para a conservação da fauna.

Sexta-feira, 23 de Janeiro de 2009
A lontra-européia, Lutra lutra, é uma espécie de lontra da família dos mustelídeos.
Esta lontra possui hábitos principalmente nocturnos matinais, e como todas as outras lontras, é um animal semi-aquático. O corpo das lontras-européias mede entre 90 e 120 centímetros, e pode pesar até cerca de 15 quilos.
Vivem em lagos, rios, riachos e lagoas.
A lontra-européia é um animal geralmente solitário, e ocupa um território que vai até cerca de 15 km.
Ela constrói uma toca entre raízes de árvores, em troncos ocos ou numa cavidade rochosa. Da toca para a água parte trilhos bem visíveis
Alimentam-se principalmente de peixes e crustáceos. Eventualmente pode também alimentar-se de roedores.
Em cativeiro, podem viver até 12 anos. Em vida selvagem o tempo médio de vida é de apenas 4 a 5 anos.
Atingem a maturidade sexual entre os dois e os três anos, podendo reproduzir-se durante todo o ano. A gestação dura aproximadamente dois meses, e nascem de um a três filhos.

Quarta-feira, 21 de Janeiro de 2009
INTRODUÇÃO
O individualismo e o isolamento a que os estilos de vida contemporâneos sujeitam o ser Humano conduzem-no por vezes a ignorar e a desconhecer as outras espécies que partilham com ele o mesmo espaço natural, as quais, tal como o homem, também são habitantes do Planeta Terra.
O Centro de Recuperação de Animais Selvagens de Santo André, inicialmente criado pelo Grupo Lontra, passou a ser gerido pela Quercus Associação Nacional de Conservação da Natureza, desde 1996, aquando da integração do Grupo Lontra no Núcleo Regional do Litoral Alentejano da Quercus.
Desde o seu início e até hoje, passaram pelo Centro de Recuperação de Santo André 1858 animais selvagens, todos eles a necessitarem de cuidados; desde simples alimentação até a complicadas intervenções cirúrgicas, após a sua plena recuperação estes animais são colocados em liberdade e, sempre que possível, nos seus habitats de origem.
O Centro de Recuperação está integrado nas instalações do Núcleo Regional do Litoral Alentejano da Quercus onde funciona também o Centro de Educação Ambiental do Litoral Alentejano gerido pela mesma entidade.
A Quercus tem vindo a realizar acções de Educação Ambiental para as escolas e para a Comunidade, proporcionando, sempre que possível e dentro das normas definidas, a proximidade e o conhecimento dos seres vivos que em algum momento passaram pelo Centro de Recuperação, aproveitando a oportunidade para sensibilizar a população para as necessidades e para as ameaças que cada espécie enfrenta.
O Centro de Recuperação de Animais Selvagens de Santo André prepara-se para abrir mais um espaço com condições para acolher exemplares de lontra (Lutra lutra) em recuperação, onde serão monitorizadas e preparadas para a libertação definitiva em habitat natural. Neste espaço, as lontras serão inseridas num ambiente semi-natural fechado e acompanhadas até estarem preparadas para sobreviverem em liberdade.
O projecto “Lontras em Liberdade” prevê conciliar a recuperação das lontras com a oportunidade de dar a conhecer a fauna selvagem portuguesa e alguns dos seus habitats
OBJECTIVOS
a) Permitir às escolas e à comunidade em geral um melhor conhecimento das espécies que partilham o nosso espaço natural comum
b) Envolver activamente as escolas na preservação da biodiversidade
c) Estreitar a relação Homem/animal selvagem como vizinhos no mesmo território
d) Desenvolver nas crianças e nos jovens o respeito e a admiração pela fauna selvagem
e) Despertar e reforçar na comunidade escolar a preocupação perante as ameaças à fauna selvagem
f) Sensibilizar as crianças e os jovens para a necessidade de cuidar da fauna como elemento imprescindível na cadeia de interdependências naturais
g) Reconhecer a importância das zonas húmidas como habitat natural e conhecer as espécies que as habitam
DESCRIÇÃO DAS ACÇÕES
O Projecto “Lontras em Liberdade” prevê as seguintes acções:
a) Vedação do espaço destinado à Lontra no Centro de Recuperação de Animais Selvagens de Santo André
b) Aquisição e instalação do equipamento de monitorização
c) Monitorização e acompanhamento de cada indivíduo até à sua libertação
d) Envolvimento da comunidade escolar no estudo e conhecimento da várias espécies selvagens que necessitam dos cuidados do Centro de Recuperação através da apresentação de uma cessão multimédia
e) Envolvimento da comunidade escolar na evolução da recuperação de cada indivíduo da espécie Lutra lutra até à sua libertação, proporcionando a visualização dos registos captados pelo sistema de videovigilância
f) Realização de acção de sensibilização dos alunos através da apresentação de sessões multimédia no Centro de Educação Ambiental sobre a temática da recuperação de animais selvagens e da importância das zonas húmidas para algumas espécies
g) Saídas de Campo com o objectivo de :
a. Estudar as Lagoas de Santo André e da Sancha, classificadas como sítio Ramsar, como Habitat de uma importante população de lontras da espécie Luttra, Luttra,
b. Inventariação e estudo dos vestígios deixados pelos vários animais que frequentam este espaço de zona húmida como os excrementos as pegadas e os esconderijos
c. Realização de inquéritos à população local e a 30% dos pescadores que utilizam a lagoa de Santo André sobre a presença e o avistamento de lontras neste local e a relação da população local com a lontra
d. Sensibilização da população local para as ameaças que a fauna selvagem enfrenta e para a necessidade de cuidar das espécies como única forma de garantir o frágil equilíbrio ecológico
e. Inventariação de outras espécies existentes no local que se alimentam de igual forma de peixe com a finalidade de desfazer o mito de que a lontra é a única culpada pelo rompimento das redes de pesca dos pescadores
h) Análise laboratorial dos excrementos de lontra encontrados na Lagoa de Santo André com o objectivo de conhecer a sua alimentação e detectar parasitas ou outros problemas
i) Análises laboratoriais da água das Lagoas de Santo André e da Sancha
j) Elaboração, pelos alunos da escola participante, de trabalho para avaliação final, compilando e analisando todos os dados obtidos a partir do levantamento de campo feito nas Lagoa de Santo André e da Sancha e do inquérito realizado à população
k) Produção de um folheto informativo sobre o projecto “Lontras em liberdade” e de um guião de exploração pedagógica da Reserva Natural
l) Produção final de um pequeno documentário baseado nos registos de monitorização e nos dados recolhidos em campo sobre a lontra e o seu habitat
m) Acções de libertação das espécies que se encontrem recuperadas
ESTE É O ESPAÇO INICIAL DESTE PROJECTO.
Sexta-feira, 16 de Janeiro de 2009
Animais exóticos
NUNCA OS LIBERTE
NA
NATUREZA!
PERGUNTAS & RESPOSTAS
Ao longo do tempo, a introdução pelo Homem de espécies exóticas tem tido e continua a ter um forte impacte ambiental, económico e social, afectando constantemente os ecossistemas e a nossa forma de viver.
1. O que é uma espécie exótica invasora?
Espécie invasora é toda e qualquer espécie, da flora ou da fauna, não indígena, susceptível de ocupar determinado território, de uma forma excessiva, em área ou em número de indivíduos, provocando uma modificação significativa nos ecossistemas.
2. Quais as espécies exóticas consideradas invasoras?
A lista das espécies invasoras contém espécies desde invertebrados, anfíbios, como rãs e sapos, aves, como o estorninho, mamíferos como o esquilo ou o macaco, passando por plantas terrestres e peixes. Todas as espécies consideradas invasoras vêm listadas no Anexo I do Decreto-Lei n.º 565/99 de 21 de Dezembro.
3. Que perigos podem representar as espécies exóticas para os ecossistemas?
O perigo das espécies exóticas advém no facto de estas poderem encontrar um ecossistema favorável, porventura sem inimigos naturais e com recursos inadequadamente preparados para a enfrentar, e multiplicaremse, por vezes exuberantemente, transformando-se numa
praga. Por outro lado, podem competir com as espécies que naturalmente aí existem, dificultando a sua sobrevivência ou até mesmo
provocando o seu desaparecimento. Desta forma ocorre uma diminuição da biodiversidade.
4. Em Portugal, há problemas relacionados com espécies exóticas?
Sim. Existem várias espécies que estão a provocar danos ambientais, económicos e sociais. Entre as espécies exóticas classificadas como invasoras mais conhecidas e problemáticas no nosso país estão espécies vegetais como as acácias ou mimosas (Acacia spp.), o chorão-das-praias (Carpobrotus edulis), que invadem as dunas e zonas arenosas onde ocorrem espécies endémicas, ou o jacinto-deágua (Eichornia crassipes) e as azolas (Azolla spp.), que proliferam nos cursos de água, valas, albufeiras e pauis. Na fauna com invasoras são de referir a perca-sol (Lepomis gibbosus) e a gambúsia (Gambusia holbrooki), peixes introduzidos nos rios para controlo das larvas de mosquitos, mas que predam e competem com as espécies de peixes autóctones, muitas delas exclusivas do nosso país. De entre a fauna, associada a ambientes aquáticos destaca-se a tartaruga da Florida (Trachemys scripta) que coloca em risco as várias populações de cágados a nível nacional e o lagostimvermelho (Procambarus clarkii) que terá causado a extinção em
Portugal do lagostim-de-patasbrancas (Austropotamobius pallipes) e está a ameaçar várias espécies de peixes e anfíbios.
5. Podem-se introduzir espécies exóticas em Portugal?
Não. A introdução de espécies exóticas está regulamentada pelo Decreto-Lei n.º 565/99 de 21 de Dezembro. Este proíbe a disseminação e libertação na Natureza de espécies não indígenas.
6. No caso de ter um espécime exótico (mesmo que não seja considerado invasor) e se não o puder manter, que devo fazer?
Nunca o liberte na Natureza! Contacte o ICNB – Instituto da Conservação da Natureza ou o SEPNA - Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente) da GNR, para que possa ser encaminhado para locais apropriados. Também poderá fazer a sua entrega nas lojas de animais aderentes à campanha (consultar lojas e locais em exoticos.quercus.pt). Está nas nossas mãos prevenir os impactos que podem advir da libertação de espécies exóticas na Natureza. Colabore!
Contactos úteis
SOS AMBIENTE
808 200 520
ICNB - Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade, I.P.
Quercus - Associação Nacional de Conservação da Natureza
SEPNA - Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente da GNR
Sábado, 3 de Janeiro de 2009
• O Centro de Recuperação de Animais Selvagens de Santo André (CRASSA) procurará dar resposta às necessidades encontradas na recuperação da fauna selvagem ;
• Cooperar com o NRLA para a boa gestão dos recursos da Quercus .
• Manter a tranquilidade no CRASSA de forma a que os animais não sejam perturbados;
• Continuar as obras de ampliação do CRASSA de acordo com o projecto há muito definido;
• Desenvolver acções de libertação de animais recuperados no CRASSA, com as Escolas da região;
• Promover a observação de aves, a fotografia de aves, a aprendizagem na anilhagem;
• Receber e acompanhar condenados a efectuarem trabalho a favor da comunidade, cooperando com outras instituições;
• Manter a água no Lago com qualidade, manter peixe em quantidade para a aprendizagem das Lontras, de acordo com os técnicos responsáveis;
Santo André, Janeiro/2009.
O Responsável do CRASSA
Quinta-feira, 1 de Janeiro de 2009
Data Entrada |
Nome Comum |
Ordem |
Marcação |
Nome Científico |
Causa de Entrada |
Concelho de Origem |
Entregue por |
Transf. Para |
Data/TRF |
Local Libertação |
Dt.Libert. |
Data Morte |
Fuga/Data |
Nº.Regº. |
Nº.Ordem |
27-06-07 |
Águia d' asa-redonda |
Accipitriformes |
|
Buteo buteo |
Colisão |
Santiago do Cacém |
Particular |
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1664 |
29 |
09-09-07 |
Coruja-do-mato |
Strigiformes |
|
Strix aluco |
Juvenil |
Santiago do Cacém |
Particular |
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1715 |
80 |
21-09-07 |
Pintassilgo |
Passariformes |
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Carduelis carduelis |
Pilhagem |
Grândola |
SEPNA |
|
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1718 |
83 |
28-06-2008 |
Peneireiro-comum |
Falconiformes |
|
Falco tinnunculus |
Cativeiro |
Alcacer do Sal |
Particular |
|
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1819 |
64 |
30-08-2008 |
Falcao peregrino |
Falconiformes |
|
Falco peregrinus |
Tiro |
CRAS Monsanto |
Transferencia |
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1849 |
94 |
28-09-2008 |
Gralha preta |
Passerifomes |
|
Corvus corone corone |
Cativeiro |
Grandola |
GNR SEPNA |
|
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1856 |
101 |
22-10-2008 |
Grifo |
Accipitriformes |
|
Gyps fulvus |
Debilidade |
Grandola |
GNR SEPNA |
|
|
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1858 |
103 |
31-10-2008 |
Pintassilgo |
Passerifomes |
|
Carduelis carduelis |
Pilhagem |
Grandola |
GNR SEPNA |
|
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1860 |
105 |
04-11-2008 |
Coruja-do-mato |
Strigiformes |
|
Strix aluco |
Tiro |
Odemira |
GNR SEPNA |
|
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|
1862 |
107 |
04-11-2008 |
Coruja-do-mato |
Strigiformes |
|
Strix aluco |
Desconhecido |
Odemira |
GNR SEPNA |
|
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1863 |
108 |
30-11-2008 |
Águia-de-asa-redonda |
Accipitriformes |
|
Buteo buteo |
Colisão |
Grandola |
GNR SEPNA |
|
|
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|
1866 |
111 |
03-12-2008 |
Águia-de-asa-redonda |
Accipitriformes |
|
Buteo buteo |
Doença |
Odemira |
GNR SEPNA |
|
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|
1868 |
113 |
18-12-2008 |
Águia-de-asa-redonda |
Accipitriformes |
|
Buteo buteo |
Tiro |
Sines |
Particular |
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1869 |
114 |
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